Ibama não vai “canetar” nenhuma licença ambiental, diz presidente do órgão sobre Foz do Amazonas

Leia também

• Marina diz que licenciamento foi negado à Petrobras e decisão sobre foz do Amazonas vai ser cumprida

• Ministério da Justiça prorroga emprego da Força Nacional em Foz do Iguaçu

• Haddad defende “esforço” para possibilidade de exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas

O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, afirmou nesta quarta-feira (31) que nenhuma licença do Ibama para exploração ambiental será concedida por “canetada” e ressaltou que o órgão segue critérios técnicos. O instituto analisa um pedido de reconsideração da Petrobras para perfuração de um poço a 500 km da foz do rio Amazonas. A autorização foi negada na semana passada e gerou atrito entre ambientalistas e o Ministério de Minas e Energia do governo Lula.


Rodrigo Agostinho participa de audiência pública na Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados ao lado da gerente de licenciamento da Petrobras, Danielle Lomba, e do Coordenador-Geral de Programas e Projetos da pasta de Minas e Energia, Carlos Agenor Onofre Cabral.

— O Ibama tem que ter as decisões amparadas do ponto de vista técnico. A lei de crimes ambientais é clara. É crime contra a administração ambiental conceder licença ou autorização em desacordo com norma técnica. Nenhum presidente ou técnico do Ibama vai canetar para conceder uma licença se não estiver tudo dentro dos conformes — afirmou o presidente do Ibama.

Rodrigo Agostinho ainda listou os problemas encontramos para não conceder a licença ambiental para Petrobras em um primeiro momento:

Área a 500km da boca da Foz do Amazonas, sob influência dela;

Ponto de apoio a emergências de impacto ambiental está em Belém (PA), a 800 km, ou dois dias de barco, do local de perfuração;

Oiapoque (AP) tem apenas ponto para logística de helicópteros. O atendimento a fauna e possíveis acidentes segue em Belém;

Área pouco estudada, com lacunas de conhecimento;

Fronteira com a Guiana Francesa, sendo necessário diálogo com o país.


O Ibama reforça ainda que faz falta uma Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) e explicou que não está garantida a segurança de que nenhum resquício de óleo chegará à costa do país.

— Estaremos na região do mar do caribe. É uma região que tem tempestades. Não temos segurança de que esse óleo nunca vai chegar na costa. Essa foi uma modelagem adotada pela Petrobras, de que nunca o óleo ia chegar na costa. Se isso tem sido colocado nos estudos, é um equívoco. Precisamos trabalhar no pior cenário — ressaltou Rodrigo Agostinho.

O pedido de reconsideração da Petrobras para explorar a região da Foz do Amazonas foi encaminhado para a equipe técnica de óleo e gás do Ibama. O órgão afirma que a empresa tem apresentado alterações nos relatórios, que serão analisadas.

Ganhos para a economia

O Ministério de Minas e Energia destacou que a captação de petróleo na região poderá gerar investimentos de R$ 56 bilhões e uma arrecadação estatal na ordem de R$ 200 bilhões.

O coordenador-Geral de Programas e Projetos da pasta, Carlos Agenor Onofre Cabral, destacou que o país dá sinais de esgotamento exploratório e uma tendência de queda na produção de petróleo a partir de 2029.

— Voltaremos a ser importadores de petróleo? — questionou Onofre Cabral.

Veja também

Setor público tem superávit primário de R$ 20,3 bi em abril

Superávit

Setor público tem superávit primário de R$ 20,3 bi em abril

Botijão de gás abaixo de R$ 100 só ocorreu em Pernambuco e mais 3 estados, além do DF

Consumo

Botijão de gás abaixo de R$ 100 só ocorreu em Pernambuco e mais 3 estados, além do DF


Waiting..

Breaking News Breaking News

Learn More →