Indústria recua pelo 2º mês seguido, com queda disseminada pelo setor

A produção industrial caiu 0,7% em setembro, o segundo mês seguido de queda, segundo dados do IBGE divulgados nesta terça-feira (1°). O levantamento mostra que o recuo está disseminado pelo setor, com retração em 21 dos 26 ramos pesquisados. O baixo desempenho da produção de alimentos e da metalurgia foi o que mais contribuiu para o resultado ruim.


A indústria foi bastante afetada na pandemia, com fechamento de fábricas e falta de peças, e até hoje não conseguiu recuperar as perdas. Em 12 meses, acumula queda de 2,3%.


“Com esses últimos resultados e um perfil bem disseminado de recuo na produção em setembro de 2022, entendemos que houve perda no ritmo da produção nos últimos meses”, analisa o gerente da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), André Macedo.




A maior influência negativa entre as atividades foi da indústria de produtos alimentícios (-2,9%), seguida por metalurgia (-7,6%) e coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis (-2,6%).


Produtos alimentícios apresentam dois meses consecutivos de queda na produção. Macedo pondera que nos três meses anteriores o segmento havia crescido bem, ou seja, a base de comparação é alta.


De acordo com ele, a queda foi verificada na produção de itens como derivados de soja, açúcar e carnes de aves. São produtos de consumo nacional e também com forte peso nas exportações brasileiras.


O setor de metalurgia teve a queda mais intensa desde janeiro de 2021 (-9,9%).


Do lado dos poucos segmentos que tiveram avanço, o setor extrativo (1,8%) foi o destaque, especialmente a produção de petróleo, gás natural e minérios de ferro.


Na comparação com setembro de 2021, o setor industrial cresceu 0,4%.


Economistas avaliam que a indústria deve andar de lado até o fim do ano. Há em curso uma normalização das cadeias de suprimentos globais, o que reduz os gargalos enfrentados pelo setor industrial.


Por um lado, medidas como o aumento no valor do Auxílio Brasil, a redução dos impostos sobre combustíveis e energia e a melhora no mercado de trabalho ajudam no consumo de bens industriais.


Por outro lado, o endividamento da população está em níveis recordes, os juros estacionaram em patamar elevado (13,75% ao ano) e a inflação, embora em queda, ainda está alta quando olhada por dentro. A alta dos alimentos permanece forte: está em mais de 9% no acumulado do ano até setembro

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