É cada vez maior o número de empresas dos mais variados segmentos que têm surgido com a bandeira da sustentabilidade e inclusão social em seus produtos disponíveis no mercado. Trata-se de um pacto de conscientização apresentada entre empresa e consumidor. No segmento da moda não é diferente. E cada vez mais ela tem andado junto com a preocupação em seu sustentável, reduzindo ao máximo os impactos ambientais.
Caracterizado pelo curto ciclo de vida dos produtos, já que quando se fala em moda se destaca a estação e suas respectivas peças, muitas vezes os itens da estação anterior são descartados por não estarem mais “na moda”. É preciso pensar no processo desde o início da produção até seu descarte, de forma a não agredir a natureza. Aí entra a Moda sustentável, baseada na preservação do meio ambiente e inclusão social em todas as etapas de produção. Pra começar, a escolha de matéria-prima.
Esse é um ponto bastante importante. E neste quesito, o empreendedor Armando Junior, que é presidente do Instituto Travessia e acaba de lançar a marca têxtil ReVida, destaca que o ideal é que sejam utilizadas fibras recicladas e de garrafas pets e de algodão orgânico na produção.
A marca ReVida faz parte do Instituto Travessia, que funciona no Bairro de São José, área central do Recife, dando oportunidade a pessoas socialmente vulneráveis. Ela nasce com investimento de R$ 100 mil e o propósito de inclusão e sustentabilidade. “Todo nosso tecido já vem da economia circular, a garrafa pet entra em processo normal de reciclagem, vira polímero, que vira poliéster e esse poliéster faz o fio, que faz o tecido”, explica. A capacidade de produção mensal é de duas mil peças, que estarão à venda no site da marca que é www.lojarevida.com.br e também por meio das plataformas digitais.
“Nossa marca nasce transmitindo uma mensagem de sustentabilidade de forma ampla, que começa na nossa logomarca com 5 cores, que representam as ODS (objetivos do desenvolvimento sustentável) da agenda 2030 da ONU. Elas são representadas na prática em todo processo produtivo que vai da linha camisas polos e camisetas produzidas com tecidos reciclados de garrafas pets e algodão orgânico, até as peças de moda feminina que são produzidas com retalhos de lençóis, almofadas, cortinas, materiais que seriam descartados”, disse o empreededor.
Armando complementa que a mão de obra é feita por reeducandos egressos do sistema carcerário que estão em liberdade condicional. “Ou seja, de todas as formas procuramos produzir um produto agregando valores socioambientais , que nos faça repensar onde o que viemos fazer aqui, onde estamos e que mundo queremos deixar para as próximas gerações”, explica.
Ele conta que as bandeiras da marca ReVida são reutilizar, reciclar, reusar e repensar. “A sustentabilidade deve ser argumento chave para discussão de hábitos de consumo e projeções para o futuro na moda e na vida. Não é possível a construção de uma ideia ecologicamente sustentável sem levar em consideração o seu contexto social e as boas práticas de execução, para que de fato aconteça uma mudança social”, pontua.
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