Os áudios vazados do deputado Arthur do Val (Podemos), conhecido como Mamãe Falei, em que afirma que mulheres ucranianas são “fáceis porque são pobres”, repercutiram na mídia internacional.
O jornal The Guardian publicou, neste domingo (6), uma reportagem sobre o caso, relatando que Do Val enfrenta pedidos de renúncia pelos comentários “insensíveis e misóginos sobre refugiadas ucranianas durante uma missão supostamente humanitária ao país recentemente invadido”.
No texto o jornal ressalta que o deputado, “proeminente membro da direita brasileira” e ex-apoiador de Jair Bolsonaro, fez uma viagem de três dias à Ucrânia “supostamente para aumentar a conscientização sobre o custo humano do ataque de Vladimir Putin”.
O veículo pontuou ainda o apoio de Sergio Moro à viagem de Do Val, que depois da repercussão do caso veio a romper com o deputado.
As mensagens de Do Val foram tornadas públicas no fim da tarde de sexta-feira. Durante a noite, o ex-ministro Sergio Moro, pré-candidato do Podemos à Presidência, rompeu com o deputado e declarou que nunca dividirá palanque com ele. O Podemos informou ter aberto procedimento disciplinar interno para apuração dos fatos. A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) também prometeu investigar a conduta do parlamentar.
O jornal inglês apontou ainda a volta do deputado ao Brasil no sábado, momento em que descobriu que “havia perdido aliados importantes e sua namorada”.
“Depois de três dias ‘sem beber água ou tomar banho’, ele alegou ter ficado ‘excitado demais’“, escreveu o The Guardian. Após o retorno ao país, Mamãe Falei abriu mão de sua candidatura ao governo de São Paulo.
Ainda no sábado, a Sociedade Ucraniana do Brasil (Subras) divulgou nota afirmando que os áudios são “repugnantes e tenebrosos” e é um ato de desrespeito e ataque às mulheres.
“Ele ofende não só as que foram citadas, mas a todas. Atinge também nossa origem e história, já tão agredidas por diversas frentes em diferentes épocas. Aproveitar-se de fragilidades de qualquer nível em um estado de guerra é, além de condenável, desumano”, diz o documento.
A Subras cobra ainda resposta sobre a atitude do deputado, “que não deve ter espaço na vida pública”.
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