Luxemburgo: O que jornais da época disseram sobre técnico foi absolvido após acusação de manicure

A contratação de Vanderlei Luxemburgo pelo Corinthians no lugar de Cuca, que pediu demissão devido à pressão pela condenação por sexo com uma garota de 13 anos na Suíça, em 1987, colocou o passado do novo técnico corintiano sob análise da mesma lupa. A denúncia de assédio sexual feita por uma manicure, em 1996, foi resgatada por torcedores. Diferentemente do caso do antecessor, no entanto, não houve condenação. O Globo reviu o noticiário da época para entender melhor este episódio.


A manicure Claudia Laudineide Cavalcante atendeu Vanderlei Luxemburgo na noite do dia 15 de maio de 1996 no Hotel Vila Rica, em Campinas. O Palmeiras, time treinado por ele, estava hospedado lá em razão do jogo contra o Rio Branco, de Americana. No dia seguinte, a profissional registrou um boletim de ocorrência contra o técnico por atentado violento ao pudor.


A notícia só veio a público no sábado, dia 18 de maio. Claudia Laudineide conta que foi recebida por Luxemburgo no quarto 206. O técnico pediu a ela que aguardasse ele tomar banho e saiu dez minutos depois.


Segundo o jornal “O Estado de S.Paulo”, a manicure conta, no boletim de ocorrência, que Luxemburgo saiu do banho apenas com uma toalha presa em sua cintura e sentou-se na cama para que ela fizesse suas unhas. Depois de receber R$ 20 pelo serviço e fazer o movimento de ir embora, ela teria sido puxada pelo treinador e prensada contra a parede. Ele teria tirado a toalha e tentado beijá-la na boca, ao mesmo tempo em que passava as mãos em seu corpo.

 




“Eu disse que ele estava confundindo as coisas, mas mesmo assim ele continuou”, disse a manicure na época.


Claudia conseguiu se desvencilhar de Luxemburgo e sair do quarto. Ela contou então que relatou o episódio à recepcionista do hotel e que, em seguida, pegou um taxi para ir embora.


À imprensa, Luxemburgo relatou outra versão. Segundo ele, após pagar pelo serviço atendeu a um telefonema e viu a manicure ir embora. Ele negou tê-la recebido somente de toalha.


“Terminei meu banho, coloquei a calça de agasalho do clube e solicitei à recepção para a manicure subir”, disse o técnico.


Segundo Luxemburgo, no dia seguinte três investigadores lhe entregaram uma intimação. Só aí ele diz ter tomado conhecimento do que estava acontecendo.


De acordo com a “Folha de S.Paulo”, a recepcionista do hotel, Célia Regina Iecks, também foi ouvida pela polícia. Ela teria desmentido a versão de Cláudia, o que deu mais força à defesa do então técnico do Palmeiras.


O julgamento ocorreu na terça-feira, dia 4 de novembro de 1997. O resultado foi a absolvição de Luxemburgo pela juíza Fabiana Calil Canfur, da 4ª Vara Criminal de Campinas. Também segundo o “Estadão”, a magistrada incluiu na sentença que não havia provas para incriminá-lo. O advogado do treinador afirmou que, não havendo mais recursos, seu cliente deveria processar a manicure por danos morais.


Em 1998, o processo foi arquivado por falta de provas. Mas o caso não caiu no esquecimento como Luxemburgo gostaria. Em novembro daquele ano, quando ele já dividia o comando do Corinthians com a seleção brasileira, relembrou como era perseguido pelas torcidas adversárias em razão deste episódio.


“É por isso que vocês têm que ter a cabeça no lugar. Quando eu entrei no estádio Olímpico (para a partida entre Grêmio e Corinthians), o estádio inteiro gritou “tarado, tarado’. Você precisa ter uma puta estrutura emocional para aguentar uma coisa dessas”, disse o treinador para os jogadores da seleção durante preleção em Fortaleza à qual a “Folha de S.Paulo” teve acesso.

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