Mercado passa a esperar alta da Selic a 13,75% ou 14% no fim do ciclo, em meados de 2025

As medianas do Sistema Expectativas de Mercado, que embasam o relatório Focus do Banco Central, mostram que o mercado financeiro passou a esperar que a taxa Selic suba até 13,75% no fim do ciclo de aperto, em maio do ano que vem.


Com isso, o juro básico voltaria ao pico recente, atingido em agosto de 2022 e mantido até o início dos cortes, em agosto de 2023.


A trajetória embutida no sistema sugere duas altas de 0,75 ponto porcentual na Selic, nesta quarta-feira (11) e em janeiro.


Em seguida, haveria mais dois aumentos de 0,5 ponto porcentual, em março e maio, quando a taxa atingiria 13,75%. Ela ficaria neste nível até setembro, quando cairia a 13,50%.


Levando em conta apenas as projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a trajetória da Selic seria ainda mais íngreme.




O juro subiria a 14,0% no fim do ciclo de altas, em junho, e permaneceria neste nível até novembro. As medianas sugerem, nesse caso, que a taxa estaria em 13,75% no fim de 2025.


Os dados de cinco dias úteis são mais sensíveis a novidades. Como a última sexta-feira (6) foi uma data crítica do Focus, mais de 100 instituições atualizaram projeções para cada reunião do Copom até o fim de 2025.


A métrica tradicional, que considera as projeções dos últimos 30 dias, teve aproximadamente 140 respostas para cada reunião.


Inflação

O Sistema Expectativas de Mercado também continuou mostrando uma tendência de aumento das projeções de inflação. A mediana para o IPCA acumulado em quatro trimestres até o segundo trimestre de 2026, horizonte relevante da política monetária, subiu de 4,02% para 4,16%, tomando como base as projeções isoladas para o IPCA trimestral.


Na segunda-feira (2), o diretor de Política Monetária e futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou que existe um “puzzle” sobre o comportamento das expectativas. O aumento das projeções do mercado para os juros indica que o mercado espera “proatividade” do BC no sentido de aumentar a Selic, mas, mesmo assim, as estimativas de inflação continuam subindo.


“Ou seja, você está imaginando que a dose é mais ou menos a mesma do remédio e, ainda assim, você fica imaginando que isso não dá conta de reancorar as expectativas. Tem um lado que está correlacionado com isso, que incomoda muito o BC”, afirmou, em um evento da XP Investimentos, em São Paulo.

Veja também

Com resistências do PT, mudanças no BPC teriam impacto de 12 bi até 2030

BRASIL

Com resistências do PT, mudanças no BPC teriam impacto de 12 bi até 2030

Tributária tributária: medicamentos oncológicos e doenças raras terão alíquota zero

BRASIL

Tributária tributária: medicamentos oncológicos e doenças raras terão alíquota zero


Waiting..