Já despachando ao lado do gabinete do ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, vice-presidente Geraldo Alckmin, o novo secretário nacional de Micro, Pequenas Empresas e Empreendedorismo, Milton Coelho, vai procurar a governadora Raquel Lyra (PSDB), nos próximos dias, para discutir uma ação conjunta em favor das cadeias produtivas de Pernambuco.
Milton quer modernizar, por exemplo, as pequenas empresas que atuam no Polo de Confecções do Agreste, no miolo entre Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe. Milton assumiu o cargo há 20 dias na cota do PSB, partido que, supostamente, estaria na oposição ao seu Governo, mas que assume uma postura independente na Assembleia Legislativa.
O secretário nacional da Micro Empresa foi chefe de gabinete do governador Paulo Câmara, que não é bem visto no Polo de Confecções porque, em sua gestão, teria mais perseguido a categoria, na cobrança de impostos, do que ajudado. “Isso não é verdade. O que falta ao polo, e que Paulo não pôde dar, é crédito”, disse Milton, adiantando que uma das suas prioridades é conseguir linhas de crédito com juros baixos junto ao BNDES e ao Banco do Nordeste.
“Linhas de crédito para dar condições aos que produzem no polo a modernizar seu maquinário e também digitalizar suas empresas”, afirmou. Parceiro da pasta de Milton, segundo ele, será o Sebrae, braço importante para que os micros e pequenos empresários possam buscar meios para fortalecer seus negócios. O secretário disse que aguarda apenas a eleição da nova direção do Sebrae para fechar parcerias.
Polo gesseiro
Quanto às cadeias produtivas do Estado, Milton citou também dois importantes segmentos: o gesseiro, no Sertão do Araripe, e o de artesanato, este espalhado em várias regiões do Estado. “O ministro quer ajudar as cadeias produtivas do Nordeste, que são grandes geradoras de renda e emprego”, assinalou. Segundo o secretário, Pernambuco está entre os Estados que sediam as maiores feiras de artesanato do País, ao lado do Ceará e Santa Catarina. “Esse pessoal precisa de ser ajudado e vamos criar as condições para isso”, afirmou.
Dados do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostram que, em 2022, foram abertas 626.883 micro e pequenas empresas em todo o País. Desse total, 535.126 eram microempresas (85%) e 91.757 (15%) eram empresas de pequeno porte. Os setores onde as microempresas abriram maior número de unidades em 2020 foram serviços combinados de escritório e apoio administrativo (20.398 empresas), comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (16.786) e restaurantes e similares (13.124).
Já os setores onde as pequenas empresas abriram mais estabelecimentos foram serviços combinados de escritório e apoio administrativo (3.108), construção de edifícios (2.617) e comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios (2.469). De acordo com o Sebrae Nacional, o resultado evidencia a força do empreendedorismo no Brasil.
Com base em dados do Governo Federal, apurou-se que, em 2020, o País criou 3,4 milhões de novas empresas, alta de 6% em comparação a 2019, apesar da pandemia de covid-19. Ao final de 2020, o saldo positivo no país foi de 2,3 milhões de empresas abertas, com destaque para microempreendedores individuais.
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