ONG acusa Carrefour de manter laços com empresas acusadas de desmatar a Amazônia

O gigante comercial francês Carrefour, que havia anunciado a suspensão de sua colaboração com alguns fornecedores acusados de desmatamento na Amazônia, não está cumprindo seus compromissos – denunciou a ONG ambientalista Mighty Earth nesta sexta-feira (25).


Em setembro, a ONG publicou um estudo sobre 102 produtos cárneos distribuídos pelo Carrefour no Brasil. Segundo a organização, dois terços desses artigos eram procedentes dos frigoríficos da JBS, com frequência acusados de favorecer o desmatamento.


À época, o Carrefour reagiu imediatamente, anunciando a suspensão desse fornecimento.




A Mighty Earth afirma, no entanto, que em outubro voltou a verificar a origem de 310 itens vendidos em dez supermercados do grupo, em sete cidades brasileiras.


“Os resultados são implacáveis. O Carrefour não aplicou essas suspensões em todas as suas lojas. A Mighty Earth identificou 12 produtos cárneos procedentes dos dois frigoríficos envolvidos (Vilhena, Pimenta Bueno) em quatro lojas do grupo.”


Entre suas filiais, o Carrefour tem a rede Atacadão, especialista no atacado, que deve abrir lojas na França no ano que vem, lembra a Mighty Earth em uma nota.


O Carrefour reconhece, por sua vez, “um erro nas instruções”.


“Lamentamos isso e estamos verificando se outras lojas, que compram diretamente no nível local, estão envolvidas”, declarou uma porta-voz do Carrefour.


O grupo, afirmou a porta-voz, “faz enormes esforços para resolver estas situações, caso a caso”.


Em 8 de novembro, o Carrefour havia prometido que toda a carne bovina vendida em seus supermercados e hipermercados, sob sua própria marca, seria classificada como “livre de desmatamento” até 2026.


“A Mighty Earth considera que, com a eleição do presidente Lula, o Carrefour deve ir além e se comprometer com o desmatamento zero e supervisionar a robustez de sua aplicação”, em particular, a cadeia de abastecimento, insiste a organização.

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