Partidos do “Blocão”, da Câmara Federal, bombam poder de Arthur Lira; entenda

Numa conversa franca, olho no olho, há 30 dias, com o presidente Lula, Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, o fez abrir os olhos. Comunicou que a base governista no Congresso é capenga e que se o Governo precisasse aprovar qualquer projeto, mesmo sem grande importância, seria derrotado, porque não tem ainda uma maioria sólida, segura.


Na semana passada, enquanto Lula decolava para China, Lira anunciou o maior bloco partidário da Câmara, o chamado “Blocão”, com 173 deputados dos mais variados partidos, do PT, legenda oficial, ao PSDB, de oposição. O novo grupo será o fiel da balança em qualquer votação importante para o Palácio do Planalto. Com o arranjo, Lira mostra poder em relação à governabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Lira conseguiu abrigar PP, União Brasil, PSB, PDT, PSDB-Cidadania, Solidariedade, Avante e Patriota. Embora conte com partidos de centro-esquerda e aliados do governo, como PDT e PSB do vice-presidente Geraldo Alckmin, o novo grupo isolou a federação PT-PCdoB-PV, com 81 deputados, assim como o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, com 99.

Em jogo estão questões sensíveis da Câmara, como a reação de Lira ao racha no Centrão após a formação do bloco de Republicanos, MDB, PSD, Podemos e PSC, com 142 deputados; a distribuição de cargos; e a antecipação da disputa pelo comando da Casa. Os dois maiores blocos terão partidos do Centrão. Na nova configuração, partidos que sustentaram Bolsonaro ficaram separados, como PP e Republicanos.

Maquiavélico, Lira agora não deixa dúvidas de que o Palácio do Planalto vai depender de sua força. Líderes partidários, no entanto, afirmaram que o “blocão” pode fortalecer Lula. Até mesmo o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), que foi vetado pelo PT na Esplanada, disse que não há interesse do grupo em criar “qualquer tipo de celeuma” com o governo.


Lira escolheu como líder o deputado pernambucano Felipe Carreras, atual líder do PSB na Casa. “Nós, do PSB, do PDT, do Solidariedade, partidos do campo de centro-esquerda, aliados de primeira hora do presidente Arthur Lira, vamos iniciar a largada desse bloco simbolizando que é um bloco que vai procurar ajudar o presidente Lula a pavimentar a governabilidade de ter uma base sólida aqui na Câmara”, disse Carreras, cujo mandato será de apenas dois meses, porque, dando certo, haverá sempre mudança de líder.

De acordo com os parlamentares, haverá um rodízio na liderança, que será ocupada inicialmente por legendas “afinadas” com o Planalto. A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tentou dissuadir os aliados de aderir o grupo até o último momento, desconfiada com o jogo armado por Arthur Lira para se fortalecer ainda mais no Congresso e no Governo. 

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