PF busca passaporte de Marcos do Val em operação sobre obstrução de investigações

A operação da Polícia Federal que mira nesta quarta-feira os blogueiros bolsonaristas Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos também cumpre medidas cautelares diversas da prisão contra o senador Marcos do Val (Podemos-ES). Os mandados decorrem de um inquérito que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta obstrução das investigações sobre organização criminosa.


Nesta manhã, Do Val foi intimado em sua casa, em Vitória, no Espírito Santo, a entregar o passaporte por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Nos últimos dias, ele já tinha tido sido notificado sobre a suspensão de sua conta no Instagram e do bloqueio de um montante de até R$ 50 milhões em suas contas bancárias.


De acordo com a PF, o embaraço aos inquéritos realizado pelos investigados se dava mediante divulgação de dados protegidos e até corrupção de crianças e adolescentes. Foram identificadas ações voltadas a expor e intimidar agentes federais que atuam em inquéritos que tramitam na Corte e seus familiares.

 




Até o momento, no entanto, dos alvos, apenas Oswaldo Eustáquio é investigado especificamente pelo crime de corrupção de menores, por ter supostamente utilizado menores de idade em seus perfis em redes sociais para a prática das condutas a de modo a ocultar sua verdadeira autoria. 


Ao todo, estão sendo cumpridos dois mandados de busca e apreensão e nove medidas cautelares nos estados do Rio, Espírito Santo, Amazonas e no Distrito Federal. Foram expedidos, ainda, dois mandados de prisão preventiva contra Oswaldo Eustáquio e Allan dos Santos, que não foram cumpridos porque eles estão no exterior.


Durante o cumprimento das medidas, um perfil em rede social vinculado a um adolescente realizou postagem alertando para a presença de policiais em sua residência enquanto ele ainda estava dormindo. Para a PF, isso indica a efetiva utilização da conta por maiores de idade, inclusive responsáveis legais, para a obstrução das investigações. 


Antecipadamente, foi determinado judicialmente o bloqueio das redes sociais da adolescente como forma de fazer cessar os crimes. A pedido da PF, as diligências estão sendo cumpridas em conjunto com o Conselho Tutelar da Secretaria de Justiça do Distrito Federal, para dar a mais ampla proteção aos menores envolvidos.

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