Revisão da vida toda do INSS: Moraes recua, e recurso voltará ao plenário virtual do STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal ( STF), cancelou um pedido de destaque que havia feito no julgamento de um recurso contra o julgamento que, na prática, inviabilizou a chamada revisão da vida toda dos benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social ( INSS). Com isso, o caso voltará a ser analisado no plenário virtual.


O recurso começou a ser analisado no fim de agosto, e já havia quatro votos para negá-lo. Na semana passada, contudo, Moraes pediu destaque, o que enviou o caso ao plenário físico. Na quarta-feira, contudo, o ministro voltou atrás no pedido. A data de retomada da análise ainda será definida.


Moraes liderou a posição vencedora no julgamento da revisão da vida toda e é um dos principais defensores da tese dentro da Corte. Entretanto, em março, o STF decidiu que os segurados não podem escolher o regime mais benéfico para sua aposentadoria do INSS. Isso impactou a decisão sobre a revisão da vida toda, que era discutida em outra ação.




O Instituto de Estudos Previdenciários (Ieprev) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) apresentaram embargos de declaração, um tipo de recurso utilizado para esclarecer pontos do julgamento. As organizações alegam que o julgamento da revisão da vida toda não foi levado em consideração.


O relator dos recursos é o ministro Nunes Marques, que votou para rejeitá-los, alegando que o tema foi “objeto de expressa deliberação” no julgamento e que o entendimento foi de superar essa tese. Cristiano Zanin, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Gilmar Mendes acompanharam o relator — sendo o último voto após o pedido de destaque. Com isso, falta apenas um voto para alcançar a maioria.


Entenda discussão

Em 2022, o plenário do STF havia decidido que o mecanismo da “revisão da vida toda” é constitucional. Isso significa que todas as contribuições previdenciárias feitas ao INSS pelos trabalhadores no período anterior a julho de 1994 poderiam ser consideradas no cálculo das aposentadorias, o que poderia aumentar os rendimentos de parte dos aposentados. Entretanto, a decisão não entrou em vigor porque havia um recurso pendente, ingressado pelo governo federal.


Em março, antes de analisarem esse recurso, o STF decidiu julgar outras duas ações que questionam alterações no sistema previdenciário promovidas por uma lei de 1999, que implantou a reforma da Previdência do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso.


Ao analisar essas ações, os ministros aprovaram uma tese que estabelece que o segurado não pode optar pela regra mais favorável. Por maioria, o tribunal entendeu que os segurados não têm direito de opção, mesmo que a regra seja mais benéfica a ele. É uma decisão exatamente oposta à revisão da vida toda.

Com isso, a revisão da vida toda ficou prejudicada, já que os segurados poderão seguir apenas as regras do fator previdenciário, sem direito à escolha.

Veja também

Sicupira e filho de Lemann deixam conselho da Americanas

americanas

Sicupira e filho de Lemann deixam conselho da Americanas

Lula diz que acordo com Vale sobre desastres em Minas Gerais será resolvido até outubro

VALE

Lula diz que acordo com Vale sobre desastres em Minas Gerais será resolvido até outubro


Waiting..

Breaking News Breaking News

Learn More →