A demissão do técnico Hélio dos Anjos, oficializada nesta sexta (11), teve como gancho final a confusão envolvendo atletas, membros da comissão técnica e torcedores do Náutico, na última quarta (9), nos Aflitos, após a derrota para o Retrô, pelo Campeonato Pernambucano. Situação que gerou inicialmente a saída por justa causa do ex-auxiliar do clube, Guilherme dos Anjos, e posteriormente a do treinador. O desgaste no ambiente do Timbu, porém, é mais antigo. Mais precisamente após o retorno do profissional para sua passagem mais recente no Alvirrubro.
O trabalho mais recente de Hélio no Náutico (ele treinou o clube em 1993 e 2007) começou em 2020. Contratado para livrar o Timbu do rebaixamento à Série C, o treinador obteve êxito na missão e, posteriormente, renovou o vínculo para 2021. No ano passado, faturou o título do Campeonato Pernambucano e protagonizou a melhor arrancada de uma equipe na Série B,ficando invicto por 14 jogos.
Após cinco derrotas seguidas e saída do G4, Hélio pediu demissão. O Náutico contratou Marcelo Chamusca, mas o novo treinador ficou apenas um mês, treinando a equipe por seis partidas. Após a saída, o Timbu foi novamente atrás de Hélio, que regressou em setembro do ano passado, ficando até agora.
O retorno de Hélio, porém, não era um desejo do antigo presidente do Náutico, Edno Melo. “Eu era contra a volta de Hélio. Disse isso ao grupo de alvirrubros que me procurou para pedir ele novamente. Eu não queria, mas tive a grandeza de perceber que, naquele momento, era o melhor para o Náutico. Agora, desde que ele voltou, nosso relacionamento era zero. Hélio era um funcionário do clube, como qualquer outro. Não tive contato com ele depois disso e nem quero agora. Tanto com Hélio como com o filho”, disse Edno.
Antes da demissão de Hélio ser oficializada, Edno postou nas redes sociais um comentário sobre a situação. “Só deve ficar no Náutico os que compreenderem sua grandeza. Com respeito, sempre ele, ao verdadeiro torcedor timbu, a nação mais fiel do Nordeste”, publicou.
Procurado pela Folha de Pernambuco, Hélio dos Anjos frisou que soube posteriormente que não havia desejo do ex-mandatário em seu retorno – citando que o mesmo vale para o atual presidente e antigo vice de futebol na ocasião, Diógenes Braga. Ele, todavia, evitou comentar sobre as recentes declarações de Edno. “Nada que vem dele vai me tocar na vida. Não o sigo nas redes sociais e já não tínhamos contato. Nem pessoal, nem profissional. A mesma coisa com Diógenes (atual presidente). Não quero mais trabalhar com os dois”, pontuou.
A reportagem tentou contato com Diógenes Braga, presidente do Náutico, mas ele não atendeu às ligações até o fechamento da matéria.
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