A Polícia Civil do Mato Grosso prendeu, nessa terça-feira (17), um segundo suspeito de participação em um plano para explodir uma bomba nos arredores do Aeroporto Internacional de Brasília.
Alan Diego dos Santos, que estava foragido desde dezembro, apresentou-se às autoridades na Delegacia de Comodoro, no interior mato-grossense.
Vários mandados de busca, decretados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), chegaram a ser cumpridos no estado para apurar informações que pudessem levar à localização de Alan. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que divulgou a captura, equipes da Delegacia de Comodoro fizeram contato com pessoas próximas ao suspeito, que optou por se entregar para o cumprimento do mandado de prisão preventiva.
Ainda em dezembro, foi preso George Washington de Oliveira Sousa. Um terceiro suspeito, o jornalista cearense Wellington Macedo de Souza, vinha cumprindo prisão domiciliar e é considerado foragido depois de retirar o equipamento sem autorização da Justiça.
O plano do trio, de acordo com as investigações da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil do Distrito Federal, era explodir uma bomba nas proximidades do aeroporto na véspera do Natal do ano passado, com o intuito de gerar caos e forçar uma intervenção das Forças Armadas.
A denúncia aponta que, depois de o artefato ser montado, ele foi entregue a Macedo, que ficou responsável por colocá-lo em um caminhão-combustível que seria usado no atentado frustrado.
Alan também é suspeito de participação do quebra-quebra promovido em Brasília no dia 12 de dezembro, quando bolsonaristas tentaram invadir a sede da PF. Ele será transferido, agora, para o sistema carcerário do DF. Na semana passada, os três suspeitos toraram-se réus após a 8ª Vara Criminal do Distrito Federal acatar a denúncia pelo crime.
Nas redes sociais, Ricardo Cappelli, interventor na segurança do DF nomeado pelo presidente Lula em meio aos ataques ocorridos em Brasília no dia 8 de janeiro, comemorou a captura do suspeito. “Preso no MT um dos envolvidos na tentativa de explosão do caminhão tanque no aeroporto de Brasília. A lei será cumprida”, escreveu.
Último foragido envolvido com o plano de atentado, Wellington Macedo de Souza trabalhou com a senadora Damares Alves (Republicanos) no Ministério dos Direitos Humanos, no início do governo de Jair Bolsonaro. Ele era assessor da Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e ganhava um salário mensal de R$ 10 mil.
Ele já havia sido preso pela PF em setembro de 2021, suspeito de articular e financiar um ato antidemocrático no dia 7 de setembro daquele ano. Em outubro, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a soltura de Macedo, substituindo a prisão pelo uso da tornozeleira eletrônica.
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