No último final de semana, a Associação de Futebol da Jordânia exigiu que sejam feitos exames para comprovar o sexo de uma jogadora da seleção iraniana, após as duas seleções se enfrentarem pelas Eliminatórias para a Copa Asiática feminina, em setembro.
Duvidando do gênero da goleira Zohreh Koudaei, a Jordânia encaminhou um pedido de abertura de inquérito à AFC (Confederação Asiática de Futebol). O príncipe Ali Bin al-Hussein, presidente da federação jordaniana, publicou em seu Twitter uma carta datada de 5 de novembro exigindo a “verificação do sexo” de Koudaei.
O dirigente coloca “dúvidas sobre a elegibilidade da jogadora”, e afirma que o Irã “tem um longo histórico no que diz respeito a questões de gênero e de dopagem” das suas atletas.
A própria jogadora anunciou que vai processar a seleção da Jordânia:
“Sou uma mulher. Eles estão fazendo bullying comigo”, disse Zohreh Koudaei aos veículos de comunicação do Irã.
O duelo entre Irã e Jordânia, em Teerão, foi para os pênaltis após um empate sem gols no tempo regulamentar. O Irã venceu por 4 a 2 graças a duas defesas de sua goleira, que tem 32 anos.
Maryam Irandoost, técnica do Irã, disse em entrevista à imprensa local que as acusações são levianas e que não passam de um pretexto para não aceitarem a derrota. A treinadora se colocou à disposição para fornecer toda a documentação que a Confederação Asiática solicitar.
“Gostaria de confirmar que fizemos os testes necessários antes do início da nossa viagem, visto que a equipe médica examinou cuidadosamente todas as jogadoras da seleção nacional para não encontrarmos quaisquer problemas a este respeito”, disse Irandoost.
O Irã já foi acusado anteriormente de usar jogadores masculinos em sua seleção feminina. Em 2015, por exemplo, existira a suspeita de que oito jogadoras da seleção iraniana de futebol feminino eram homens aguardando uma cirurgia de readequação sexual, mas isso nunca foi comprovado.