O Senado Federal aprovou na tarde desta terça-feira (4) o nome de Gabriel Galípolo, ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda, para a diretoria de Política Monetária do Banco Central. Foram 39 votos favoráveis e 12 contrários. Já o servidor de carreira Ailton Aquino dos Santos está sendo avaliado para diretoria de Fiscalização.
Agora, a autarquia monetária vai contar com dois nomes indicados por Lula e outros sete indicados na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, incluindo Roberto Campos Neto (veja lista abaixo). Na sabatina realizada durante a manhã no Senado, Galípolo e Ailton Aquino avaliaram positivamente as medidas do atual governo – especialmente o arcabouço fiscal que busca traçar o controle sustentável das contas públicas.
Juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) – que decide a taxa básica de juros da economia a cada 45 dias – é formado pelo total de oito diretores e o presidente do Banco Central, atualmente Roberto Campos Neto. Ou seja, os dois nomes aprovados nesta terça-feira vão participar da próxima reunião, que ocorrerá no início de agosto.
É nesse momento que é esperado o primeiro corte na taxa básica de juros desde o início do ciclo de alta, em janeiro de 2021, quando a Selic estava em 2%. Atualmente, a taxa básica está em 13,75% desde agosto de 2022.
A sinalização de corte veio da ata da última reunião. Na próxima decisão, além dos novos nomes na composição do Copom, outros dois movimentos devem reforçar a queda da Selic: a meta de inflação mantida em 3% para 2024 e 2025, bem como a movimentação final do arcabouço fiscal, que deve ser reavaliado pela Câmara ainda esta semana.
Ao assumir a diretoria de Política Monetária, Gabriel Galípolo terá destaque em direcionar o debate técnico sobre juros, mas cada membro do Comitê tem autonomia na votação. Já Ailton Aquino assume a diretoria que é o principal braço do Banco Central na supervisão e monitoramento das instituições financeiras em áreas como modelo de negócios, liquidez e solvência.
Perfil
Ailton Aquino dos Santos será a primeira pessoa negra a ocupar um cargo na cúpula do BC. Ele tem mais de 25 anos de casa, passando por cargos como auditor-chefe no Banco Central e chefe do Departamento de Contabilidade, Orçamento e Execução Financeira.
O novo diretor de Fiscalização tem dupla graduação, em Ciências Contábeis e Direito, respectivamente na Universidade do Estado da Bahia e no UDF Centro Universitário. Ele possui também pós-graduação em Ciências Contábeis pela Universidade do Estado da Bahia (1997), além de mais três especializações: Contabilidade Internacional, Engenharia Econômica de Negócios e Direito Público.
Além da Secretaria-Executiva do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo tem passagem na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no Centro Brasileiro de Relações Internacionais e no Banco Fator.
Ele também já foi titular das secretarias de Economia e de Transportes no governo estadual de São Paulo. É graduado em economia e tem mestrado em economia política.
Atual composição
Roberto Campos Neto – Presidente do BC – com mandato até dezembro de 2024;
Fernanda Magalhães Rumenos Guardado – Diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos – com mandato até dezembro de 2023;
Maurício Costa de Moura – Diretor de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta – com mandato até dezembro de 2023;
Carolina de Assis Barros – Diretora de Administração – com mandato até dezembro de 2024;
Otávio Ribeiro Damaso – Diretor de Regulação – com mandato até dezembro de 2024;
Diogo Abry Guillén – Diretor de Política Econômica – com mandato até dezembro de 2025;
Renato Dias de Brito Gomes – Diretor de Organização do Sistema Financeiro e de Resolução – com mandato até dezembro de 2025.
Novos nomes
Gabriel Muricca Galípolo – Diretor de Política Monetária – com mandato até março de 2027;
Ailton Aquino dos Santos – Diretor de Fiscalização – com mandato até março de 2027.
Veja também
BRASIL
“Se a Reforma Tributária não sair, vai custar caro para o país”, alerta Arminio Fraga
NEGÓCIOS