Senado sabatina, esta terça (10), indicados à diretoria do Banco Central

Os três indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à diretoria do Banco Central (BC) são sabatinados nesta terça-feira (10) na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Após a sabatina, a análise pelo plenário da Casa deve ocorrer no mesmo dia, ou ficar para esta quarta-feira.


A sabatina ocorre em meio a expectativa de aumento da Taxa Selic. A maior parte das instituições financeiras avaliam que o Comitê de Política Monetária (Copom), do BC, deve elevar a Selic em 0,75 ponto percentual amanhã, na última reunião do ano — mas algumas já esperam alta de 1 ponto, o que levaria os juros dos atuais 11,25% a 12,25% ao ano.


Os indicados são:


Nilton David, na vaga de Gabriel Galípolo (Política Monetária);


Izabela Correa, na vaga de Carolina de Assis Barros (Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta);


Gilneu Vivan, na vaga de Otávio Damaso (Regulação);


Gabriel Galípolo, atual diretor de Política Monetária, já foi aprovado pelo Senado para assumir a presidência do BC no lugar de Roberto Campos Neto, que deixa o cargo no dia 31 de dezembro deste ano. Na mesma data, se encerram os mandatos de Damaso e Carolina Barros.




Caso as indicações sejam aprovadas pelo Senado em 2024, os indicados passarão a exercer o cargo de diretor do Banco Central do Brasil a partir de 1° de janeiro de 2025.


Os escolhidos iniciaram na semana passada o tradicional “beija-mão” no Senado. É quando os candidatos visitam os senadores para angariar votos para aprovação.


O presidente da CAE, senador Vanderlan Cardoso, não vê vetos ou problemas em relação aos nomes, mas teme uma “mudança de humor” em meio ao impasse sobre o pagamento de emendas.


— Eu creio que não vai ter problema. Mas tem que resolver esses assuntos até lá. Porque o humor pode mudar de uma hora para outra por causa das questões da emendas.


Nesse contexto, a expectativa é de que a sabatina tenha um clima mais tenso do que a avaliação do nome de Gabriel Galípolo para presidência do BC, realizada em outubro. Como de costume, os três indicados vêm sendo bem recebidos nas conversas nos corredores do Congresso, mas o temor é de que a sessão na CAE seja usada pelos parlamentares para mandar recados para o governo.


Na sabatina de Galípolo à presidência em outubro, ele recebeu muitos elogios, inclusive da oposição, e teve o aval de todos os 26 senadores presentes no colegiado. Agora, mesmo o BC espera que os três indicados devem ouvir perguntas mais duras, principalmente sobre o aumento da taxa Selic, a disparada do dólar e a autonomia do BC. Além disso, são esperados alguns votos contrários, longe de ameaçar, contudo, a aprovação dos nomes.


Se os três novos indicados forem aprovados, o governo Lula passará a ter indicado a maioria entre os membros da diretoria do Comitê de Política Monetária (Copom). A mesa é composta por nove diretores e sete deles terão sido indicados pelo presidente Lula.


O diretoria do Copom é responsável por definir a taxa Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. A cada 45 dias os membros se reúnem para votar se mantém, abaixa ou aumenta a taxa de juros. O patamar da Selic, atualmente em 11,25% ao ano, é alvo de reclamação do governo.

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