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Pré-candidato à presidência da República, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quarta-feira que será adversário de Geraldo Alckmin se ele disputar a eleição de 2022 na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Alckmin anunciou, mais cedo, sua desfiliação do PSDB. Pelas redes sociais, o agora ex-tucano disse que vai informar seus próximos passos “em breve”. Cotado para ser vice de Lula, ele já recebeu convites de filiação do PSB, PSD e no Solidariedade.
É um novo tempo! É tempo de mudança!
Nesses mais de 33 anos e meio de trajetória no PSDB procurei dar o melhor de mim. Um soldado sempre pronto para combater o bom combate com entusiasmo e lealdade. Agora, chegou a hora da despedida. Hora de traçar um novo caminho.
— Geraldo Alckmin (@geraldoalckmin) December 15, 2021
— Eu serei adversário de Lula e circunstancialmente de Geraldo Alckmin. Se ambos fizerem uma chapa para disputar a Presidência, eu, como pré-candidato, estarei em outro campo, do lado contrário — disse Doria, após visita ao Supremo Tribunal Federal (STF).
E emendou:
— Respeito se essa decisão for consolidada pelo ex-governador ao lado do ex-presidente Lula, mas serei combativo não só em relação a Lula e, se estiver ao seu lado, ao ex-governador Geraldo Alckmin. Serei educado, como sempre fui, mas combativo.
Questionado por jornalistas se considera a possível aliança “estranha”, considerando que Alckmin e Lula foram adversários por anos em campanhas anteriores, Doria se esquivou dizendo que não cabe a ele fazer essa análise.
— Não cabe a mim fazer análise se é estranho ou não, mas alguém que durante 33 anos combateu o PT e repentinamente se associa ao PT, a classificação cabe a vocês e à opinião pública fazer — afirmou.
Doria defende uma composição por um nome da chamada terceira via, a qual prefere se referir como ‘melhor via’, para servir de contraponto a um possível segundo turno entre o presidente Jair Bolsonaro e o ex-presidente Lula.
— O Brasil já viveu o pesadelo do PT, agora está vivendo o pesadelo bolsonarista, precisamos trazer outra opção que traga esperanças ao país — declarou.
Ontem, o governador participou de um jantar que ocorreu na casa do líder do PSDB no Senado, Izalci Lucas (DF), em Brasília, com parlamentares tucanos, que tinha como objetivo tentar unir a legenda após o desgaste das prévias.
De acordo com relatos de participantes, Doria fez uma “prestação de contas” com o que fez em São Paulo para demonstrar o que pode fazer na campanha pela presidência. A ideia é usar as ações para mostrar que ele é um bom gestor público.
— Ele vai surpreender com a prestação de contas, as pessoas vão ficar impactadas com a conversa dele — disse Izalci, anfitrião do evento.
Para o senador, o foco da campanha de Doria deve ser a crise econômica e as pessoas em situação de vulnerabilidade no país:
— Ninguém gosta de estar vivendo de cesta básica, o cara quer dignidade, emprego, e ele vai nessa linha, acho que é por aí, sem perder o foco na gestão da saúde, educação, da segurança. Ele tem muito a mostrar — afirmou o parlamentar.
Além do STF, onde conversou com o presidente da Corte, Luiz Fux, Doria também esteve no Congresso para algumas conversas. Entre as reuniões, ele se encontrou com o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE).