Os médicos do Hospital Sírio Libanês, onde o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) realizou uma cirurgia neste domingo, orientaram que ele não viajasse a Brasília para poupar a voz e não perder as sessões de fonoterapia, que são diárias e parte importante da recuperação.
Inicialmente, o plano de Lula era retornar à capital nesta terça-feira para acompanhar os trabalhos da equipe de transição do governo. Lá, ele teria uma série de reuniões importantes para a definição dos nomes que estarão à frente dos ministérios a partir de 2023.
De acordo com os médicos do Sírio Libanês, a principal preocupação é em relação ao cumprimento das sessões diárias de fono, cruciais durante o pós-operatório. O presidente eleito está se recuperando em seu apartamento, em São Paulo, com a mulher, Rosângela Silva, a Janja.
Lula passou no último domingo por uma cirurgia de aproximadamente 40 minutos para a retirada de uma leucoplasia na laringe. O diagnóstico é caracterizado por placas ou manchas brancas que podem, em alguns casos, evoluir para um tumor.
No caso de Lula, o cirurgião de cabeça e pescoço Luiz Paulo Kowalski, da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que acompanhou o procedimento, explicou ao GLOBO que se a lesão fosse deixada no local “poderia ao longo dos anos se transformar em câncer”.
A atenção com a laringe é redobrada no caso do presidente eleito desde que, em 2011, ele teve um câncer na região. Com 2 centímetros, o tumor ficava localizado na parte superior da glote, perto das cordas vocais. Desta vez o local acometido pela lesão encostava nas cordas vocais.
Segundo os médicos, a voz de Lula não será afetada com a operação, porém é necessário que ele siga as recomendações de repouso e de sessões com o fonoaudiólogo.
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