Em coletiva realizada na tarde desta quinta-feira (19), na Ilha do Retiro, o Sport detalhou o plano de Recuperação Judicial aprovado na última quarta (18) pelos credores do clube. O projeto, inclusive, facilita a vida do Rubro-negro na busca por investidores, no intuito de se tornar uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF).
“O fato de uma recuperação judicial, qualquer investidor que por ventura tenha o interesse em estar ao nosso lado, não vai ter problema de sucessão. Ou seja, os problemas são da associação, que vai arcar com essa dívida. Nosso objetivo é equacionar os problemas para que a associação, caso haja uma entrada de um investidor, não traga insegurança ao parceiro”, disse o presidente Yuri Romão.
De acordo com os números apresentados na coletiva, a dívida total do Sport estava na casa dos R$ 396 milhões. Agora, com a aprovação da RJ, o passivo passou para R$ 109 milhões. Um deságio de quase 80% do montante, que foi celebrado pelo advogado Guilherme Matos, da Matos Advogados, escritório que conduz o processo de recuperação judicial leonino.
Durante a Assembleia Geral de Credores, 347 marcaram presença na reunião na Ilha do Retiro. Do total, 288 aceitaram o plano de recuperação judicial rubro-negro, o que representa 83% dos presentes.
“Foram 20 meses intensos, de muito dialogo, principalmente com os credores que queriam dialogar com o clube. Trabalhamos com muita responsabilidade. Não adianta prometer algo que não poderia ser cumprido, porque quando você não tem condições de cumprir, a conta chega ainda mais cara no final”, salientou Guilherme Matos.
Após a homologação da recuperação judicial, prevista para janeiro, o Sport dará inicio aos pagamentos dos credores no mês subsequente. Segundo o presidente, a quantia está dentro do orçamento do clube para 2025.
“Temos um aumento de receita esse ano, até por estar na Série A, mas o orçamento é apertado. Até por isso não faremos loucuras. A ideia é de monetizar o máximo o futebol, aumentar as receitas, para ficar em dia, principalmente neste primeiro ano, com as obrigações. Está dentro do nosso contexto, não é nada que vá tirar o sono, mas também não nos acomodará diante do desafio”, ressaltou Yuri.
Os credores do Sport estão divididos em três grupos: Classe I – trabalhista (286 credores); Classe III – quirografários (188 credores); Classe IV – empresas de pequeno porte e microempresas (176 credores).
De acordo com Matos, cada classe tem condição específica para receber o pagamento do Sport, mas com a trabalhista, o clube tem a “obrigação de quitar em 12 meses. As demais classes temos um prazo longo, com condições específicas”, explicou.
Veja também
Futebol
Deivity cita que “indecisões” na escolha dos goleiros atrapalharam passagem dele pelo Náutico
Futebol