A Assembleia Legislativa do Paraná (ALPR) arquivou, na terça-feira (1°), o processo administrativo que tinha como alvo o deputado estadual Renato Freitas (PT). Pela terceira vez em sua carreira política, o paranaense teve o mandato ameaçado, desta vez, por suposta falta de compostura nas sessões. O Conselho de Ética entendeu que os discursos de Freitas não quebraram o decoro parlamentar.
Renato Freitas celebrou a decisão da Casa Legislativa, que classificou como uma “vitória”, mas afirmou ser preocupante ter sido alvo em primeiro plano:
“É preocupante que os donos do poder se utilizem do Conselho de Ética como instrumento de perseguição e abuso de autoridade para tentar censurar quem ousa combater o ódio e a mentira.Uma política de vida se faz com a verdade. E quem fala a verdade não merece castigo” disse o deputado.
Como noticiou o Globo, o processo enfrentado levava em conta ocasiões em que chamou o governador do estado, Ratinho Júnior (PSD), de “rato” e criticou o empresário Luciano Hang em plenário são citadas no despacho. Além do petista, o seu principal adversário na Assembleia, Ricardo Arruda (PL) também foi alvo das denúncias.
Para a sua defesa, Freitas havia arrolado os ministros de Lula (PT) Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Anielle Franco (Igualdade Racial) como testemunhas em seu favor. Em entrevista, o parlamentar caracterizou a ação como mais um caso de racismo em sua trajetória:
“Esses processos realmente restringem a nossa atividade parlamentar. Quando ocorre esse tipo de perseguição, coage a gente. Gasta-se uma energia que poderia estar sendo investida em projetos de lei, por exemplo. Por isso, me sinto censurado.”
Enquanto vereador de Curitiba, o político teve seu mandato cassado e revertido por decisão judicial em duas ocasiões. As representações na Câmara ocorreram por um episódio de fevereiro de 2022, quando ele liderou a entrada na igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, no centro histórico da capital, durante ato contra o racismo.
O caso gerou comoção nacional e foi comentada inclusive pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). À época, o chefe do Executivo pediu a investigação dos responsáveis, mas a própria Arquidiocese de Curitiba se posicionou contrariamente à cassação.
Apesar deste processo ter ganho grande repercussão, não foi o primeiro procedimento administrativo de Renato Freitas. Logo no começo de seu mandato se tornou alvo de um pedido após protestar pela morte de Beto Freitas, espancado e assassinado por seguranças do Carrefour em novembro de 2020.
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