Trabalhador migrante é ‘indispensável’ para o crescimento econômico global, diz ONU

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Os migrantes internacionais representaram 4,7% da força de trabalho em 2022, destacando o papel essencial que desempenham na economia global, segundo um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado na segunda-feira (16).

Cerca de 167,7 milhões de migrantes integraram a força de trabalho em seus países de destino em 2022 – um aumento de mais de 30 milhões em relação a 2013, de acordo com as “Estimativas Globais sobre Trabalhadores Migrantes Internacionais” da OIT.

Desse total, 102,7 milhões eram homens e 64,9 milhões eram mulheres.

Migrante da Indonésia trabalha em Singapura, em novembro de 2017 (Foto: UN Women/Staton Winter)
Distribuição regional

A maior parte dos migrantes estava concentrada em países de alta renda, que representaram mais de 68% do total geral.

Eles foram atraídos principalmente para três regiões: Europa do Norte, Sul e Ocidental; América do Norte; e Estados Árabes.

A proporção de migrantes vivendo na Europa do Norte, Sul e Ocidental aumentou de 22,5% em 2013 para 23,3% em 2022, enquanto as outras duas regiões registraram pequenas quedas.

Disparidades de gênero

O termo “migrantes internacionais na força de trabalho” inclui tanto pessoas empregadas quanto desempregadas, e mais de 155 milhões desses migrantes tinham empregos.

No entanto, a OIT observou que persistem disparidades significativas de gênero. As mulheres migrantes apresentaram uma taxa de emprego de apenas 48,1%, em comparação com quase 73% entre os homens.

Os migrantes também enfrentaram uma taxa de desemprego mais alta em relação aos não migrantes: 7,2% contra 5,2%. Novamente, as mulheres foram mais afetadas.

“Essa disparidade pode ser causada por fatores como barreiras linguísticas, qualificações não reconhecidas, discriminação, opções limitadas de cuidado infantil e expectativas de gênero que restringem oportunidades de emprego, particularmente para mulheres”, afirmou a OIT.

Emprego no setor de serviços

O relatório revelou que uma parcela significativa dos migrantes, 68,4%, estava empregada no setor de serviços – uma tendência amplamente impulsionada pela demanda global por trabalho doméstico e de cuidados, especialmente entre as mulheres.

Quase 30% das mulheres migrantes e 12,4% dos homens estavam empregados nesses tipos de trabalho, em comparação com 19,2% das mulheres não migrantes e 6,2% dos homens não migrantes.

Uma força ‘indispensável’

O relatório destacou as complexidades da migração laboral e a necessidade de políticas direcionadas para apoiar os migrantes internacionais.

Com a maioria desses trabalhadores empregados em setores de alta demanda, garantir acesso equitativo às oportunidades de emprego deve ser uma prioridade.

“Os trabalhadores migrantes são indispensáveis para enfrentar a escassez global de mão de obra e contribuir para o crescimento econômico”, afirmou Gilbert F. Houngbo, diretor-geral da OIT.

“Garantir seus direitos e acesso a um trabalho digno não é apenas um imperativo moral, mas também uma necessidade econômica.”


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