Os resultados financeiros da Alphabet, empresa dona do Google, superaram as expectativas do mercado, impulsionados pelo avanço dos seus serviços de armazenamento na nuvem.
As vendas da empresa (excluindo pagamentos a parceiros) somaram US$ 67,6 bilhões nos três primeiros meses do ano, acima dos US$ 66,1 bilhões esperados, em média, pelos analistas consultados pela Bloomberg. O lucro líquido foi de US$ 1,89 por ação, acima da projeção de Wall Street de US$ 1,53 por ação, informou a companhia.
A Alphabet também anunciou dividendos de 20 centavos de dólar e uma recompra de US$ 70 bilhões em ações. Os papéis da empresa chegaram a subir até 14% nas negociações após o fechamento do mercado nesta quinta.
Como outras grandes empresas de tecnologia, a Alphabet tem investido no desenvolvimento de inteligência artificial, uma estratégia que ajudou a impulsionar a demanda por seus serviços de armazenamento em nuvem, que viram a receita subir 28% no primeiro trimestre. O Google está em terceiro lugar no mercado de computação em nuvem, atrás da Amazon e da Microsoft, mas a capacidade da empresa em IA poderia ajudá-la a superar as suas concorrentes.
O Google desenvolveu grande parte da tecnologia subjacente usada no boom da IA atual e a incorporou em produtos, desde a pesquisa na web até os seus serviços de software empresarial, do Gmail ao Google Docs.
No entanto, desde o lançamento do ChatGPT da OpenAI no final de 2022, o Google vem enfrentando a percepção de que está ficando para trás da Microsoft e da OpenAI na implementação de novas ferramentas de IA generativa.
A chegada de chatbots populares, como o ChatGPT, que responde a perguntas em tom de conversa em vez de fornecer listas de links para outros sites, representou uma ameaça ao domínio de duas décadas do Google na pesquisa. A empresa está lutando para competir em IA generativa sem canibalizar sua máquina de lucro principal.
A receita com publicidade de pesquisa subiu 14% no trimestre, para US$ 46,2 bilhões, superando a estimativa média de US$ 45 bilhões.
O Google mobilizou equipes em toda a empresa para reafirmar sua liderança em IA, mas seus esforços iniciais foram prejudicados por falhas embaraçosas, incluindo um escândalo sobre como seu modelo de IA, Gemini, lidou com raça, o que forçou a empresa a suspender a geração de imagens de pessoas.
Os investidores mostraram que estão entusiasmados com as perspectivas da IA, mas também querem que as empresas de tecnologia continuem a focar em receita e lucro. A Meta, que compete com o Google em IA e também em publicidade digital, sofreu sua pior queda de ações desde outubro de 2022 depois de relatar que gastaria bilhões de dólares a mais este ano em esforços de IA e projetar uma receita mais fraca para o segundo trimestre.
A publicidade de pesquisa continua a ser o motor de um negócio muito lucrativo do Google, mas a empresa enfrenta uma competição acirrada nessa área também. A Meta tem implementado ferramentas de IA em todo o seu negócio de publicidade e o Snapchat também passou por uma reformulação total de seu negócio de publicidade para melhorar o direcionamento de anúncios.
O mercado de publicidade digital está se recuperando de uma queda pós-pandemia, impulsionado pelas Olimpíadas deste ano, mas o Google está cada vez mais competindo por esses dólares de publicidade com a Meta e o Snapnat.
Se os consumidores migrarem da pesquisa do Google para a nova onda de chatbots, isso poderia prejudicar a área de publicidade de pesquisa da empresa, que espera gerar quase US$ 200 bilhões em receita este ano e a maior parte do lucro da Alphabet.
O armazenamento em nuvem tem sido um ponto positivo para o Google, depois de ter se tornado lucrativo no início do ano passado. Muitas startups de IA jovens são fundadas por ex-funcionários do Google, criando um forte cadeia de clientes da nuvem.
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