Vendas de veículos eletrificados devem chegar a 70 mil unidades este ano, prevê Anfavea

As vendas de veículos eletrificados (híbridos e plug in) cresceram 23,5% em fevereiro deste ano na comparação ao mesmo mês do ano passado e devem chegar a 70,5 mil unidades ao final deste ano. O ano de 2022 fechou com vendas de 49,3 mil unidades desses veículos.


As projeções são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) que representa as montadoras do país.


Segundo a entidade, os 8,8 mil automóveis eletrificados vendidos no bimestre significaram aumento de 45% em relação ao mesmo bimestre do ano passado.


“Estamos voltados para a atração de novos investimentos na produção local de veículos eletrificados, que vão desde a transformação local das nossas matérias-primas em componentes, o desenvolvimento de fornecedores ligados a essa nova tecnologia, até o uso de novas fontes de energias limpas e de infraestrutura de transmissão e distribuição”, diz o presidente da entidade, Márcio de Lima Leite.


A Anfavea vem defendendo o fim do imposto zero de importação para eletrificados como forma de incentivar a reindustrialização do país. O imposto de importação de veículos a combustão trazidos do exterior é de 35%. A Anfavea defende o mesmo patamar para os eletrificados. Especialistas no setor avaliam que a base de eletrificados importados ainda é muito baixa para ser taxada, o que poderia desestimular o uso dessa nova tecnologia, que visa a descarbonização.


Leite observou que a entidade não quer o imposto de importação agora, com base baixa de importação, exatamente por ser ainda um nicho pequeno. A Anfavea, diz ele, defende que seja colocado um prazo de transição. Neste momento, não há horizonte para que a taxação seja iniciada, o que pode atrapalhar o processo de reindustrialização do país.




“É preciso que tenhamos algo claro para o futuro para que o país não deixe de receber os investimentos para a eletrificação. O que estamos colocando é benéfico (ter um prazo para estabelecimento de um imposto de importação), e vai nos ajudar em infraestrutura e no sentido de trazer essa nova tecnologia ao país” afirmou o presidente da Anfavea durante coletiva online para divulgar os números de fevereiro.


Ele lembrou que a produção local de ônibus elétricos já está acontecendo e recebeu investimentos pesados das montadoras, e lembrou que há montadoras trabalhando a produção de veículos leves nos próximos dois anos.


Essa transição, para algumas montadoras como a Stellantis, passa pelo uso do etanol, tecnologia que está completando 40 anos no país e tem importância na descarbonização. A Stellantis, por exemplo, que reúne as marcas Fiat, Peugeot, Citroën, entre outras, quer ter híbridos movidos a etanol.


“Hoje, temos 85% dos veículos flex (movidos a gasolina e etanol) e 30% do mercado abastece com etanol nas bombas dos postos. Por isso, o país tem uma vantagem gigantesca no processo de descarbonização”, afirmou Leite.


Mesmo fevereiro tendo começado com paralisação em três unidades da Volkswagen por falta de semicondutores, o mês terminou com produção de 161,2 mil unidades, alta de 5,6% em relação a janeiro quando foram produzidas 152,7 mil unidades.


Já as vendas caíram em relação ao primeiro mês do ano, já que fevereiro teve apenas 18 dias úteis com a volta do carnaval. Foram 129,9 mil unidades vendidas frente as 142,9 mil em janeiro.

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