Venezuela: Brasil mantém princípio de não ingerência, mas continuará dando opinião, afirma Amorim

O assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou que o governo brasileiro não vai interferir na situação interna da Venezuela, mas continuará dando sua opinião. Ele reiterou a posição do Brasil de manter uma relação de Estado com o país vizinho.


Na última sexta-feira, Nicolás Maduro tomou posse para mais um mandato de seis anos como presidente da Venezuela. Mesmo sem reconhecer o resultado da eleição, o governo Lula enviou a embaixadora do Brasil em Caracas, Glivânia Oliveira, para a cerimônia.

 




— Continuaremos acompanhando a situação na Venezuela, mas sem ingerência, o que não quer dizer que não se pode ter opinião — afirmou Amorim.


No sábado passado, o Itamaraty divulgou um comunicado afirmando que o Brasil acompanha “com grande preocupação” denúncias de violações de direitos humanos de opositores de Nicolás Maduro, na Venezuela. Na nota, o governo brasileiro “deplora os recentes episódios de prisões, de ameaças e de perseguição a opositores políticos” do regime de Maduro.


A nota reconhece “gestos de distensão pelo governo Maduro – como a liberação de 1.500 detidos nos últimos meses e a reabertura do Escritório do Alto Comissário de Direitos Humanos das Nações Unidas em Caracas”. E afirma que é necessário garantir a líderes da oposição direitos “elementares”, como o de ir e vir e de manifestação livre, “com garantias à sua integridade física”.


Sanções americanas

Amorim reiterou a posição do governo brasileiro contrária às sanções aplicadas pelos Estados Unidos à Venezuela. Ele não quis comentar qual a expectativa em relação ao que faria Donald Trump, que assumirá novamente a Casa Branca no próximo dia 20.


— Enquanto houver sanções, fica muito difícil falar em democracia. Isso dificulta qualquer negociação.


A eleição na Venezuela ocorreu em julho do ano passado. A oposição e parte da comunidade internacional afirmam que Maduro não venceu a disputa. O vitorioso teria sido o candidato da oposição, Edmundo González.


Na última quinta-feira, surgiu a notícia de que a líder oposicionista María Corina Machado detida durante uma manifestação contra Maduro, e liberada momentos depois. O governo venezuelano negou que isso tenha acontecido.

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